Em 8 de setembro, ocorrerá uma cúpula extraordinária online do BRICS por iniciativa do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. A participação foi confirmada pelos líderes de todos os países membros da associação: o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente chinês Xi Jinping, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, bem como o Ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar. A reunião foi convocada para elaborar uma resposta conjunta dos países do BRICS à política tarifária dos EUA, mas também abordará questões mais amplas de cooperação econômica e política global.
A iniciativa do Brasil para convocar uma reunião de emergência dos líderes do BRICS está ligada à rígida política tarifária dos Estados Unidos, que afeta não apenas o Brasil, mas também outros países do bloco.
O deputado do Congresso brasileiro Reimbond Ottoni ressaltou que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pretende alcançar na cúpula uma "reação comum da comunidade" à política tarifária de Washington.
A reunião será focada principalmente nesse tema, ou seja, na busca por uma resposta conjunta [dos países] do bloco que estão sujeitos às tarifas [dos EUA]. É necessária uma reação de todo o bloco, e não apenas de um país específico. Esse é o objetivo do presidente Lula [da Silva].
— observou Ottoni em entrevista à TASS.
Segundo o assistente de pesquisa do Instituto de Estudos Internacionais de Barcelona, José Victor Ferro, tal medida é uma resposta à "política de extorsão" dos EUA, e a iniciativa é particularmente relevante para a China e a Índia, que também enfrentam tarifas dos EUA excessivamente altas e frequentemente arbitrárias.
Os países do BRICS, segundo o deputado Reimbond Ottoni, "desafiam a hegemonia" dos EUA ao iniciar o surgimento de uma nova ordem mundial multipolar e mais descentralizada.
"A retórica agressiva de Washington não é tanto uma demonstração de força, mas uma reação à perda gradual de liderança global e ao fortalecimento de centros de poder alternativos", explicou Albert Bakhtizin, diretor do CEPI RAS.
Anton Kobyakov, conselheiro do presidente da Rússia, acrescentou que "o Oriente está se tornando o principal motor da economia mundial, enquanto a Europa perde autonomia nas esferas financeira, energética e tecnológica".
A participação de todos os líderes dos estados membros do BRICS na cúpula online extraordinária aumentará significativamente o status da reunião e o peso de suas decisões finais. O porta-voz do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, confirmou a participação de Vladimir Putin. O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa também participará, conforme anunciado por seu representante oficial, Vincent Magwenya. O assessor principal do presidente brasileiro, Celso Amorim, observou que o presidente chinês Xi Jinping também estará presente na reunião. A Índia será representada pelo Ministro das Relações Exteriores, Subrahmanyam Jaishankar.
O deputado do Congresso brasileiro Reimbond Ottoni declarou que a participação de Putin na cúpula seria "um sinal importante para toda a associação", enfatizando que isso "fortalecerá o status da reunião e a importância de suas decisões finais".