A cúpula virtual extraordinária do BRICS, convocada por iniciativa do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, tornou-se uma plataforma para consolidar as posições dos países do bloco em resposta ao endurecimento da política comercial dos EUA. As novas medidas protecionistas, incluindo a imposição de tarifas elevadas sobre produtos do Brasil e da Índia, provocaram uma discussão acalorada sobre a necessidade de desenvolver uma estratégia comum para neutralizar as ações unilaterais de Washington.
A principal finalidade da reunião extraordinária dos líderes do BRICS é a elaboração de uma estratégia comum para combater os desafios que as medidas protecionistas dos EUA criam para a cooperação entre os países membros do bloco. A cúpula, que durou cerca de uma hora e meia, também serviu para trocar opiniões sobre como resistir aos riscos associados ao fortalecimento de medidas unilaterais no comércio internacional e expandir os mecanismos de solidariedade e coordenação entre os países do bloco.
O Brasil, que preside o BRICS, iniciou a cúpula devido à imposição de tarifas de 40% por Washington sobre produtos brasileiros, elevando o valor total das tarifas para 50%. Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Irã, Etiópia, Egito e Indonésia apoioaram essa iniciativa. Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo, explicou que o Brasil utilizará todos os mecanismos possíveis de interação internacional para discutir a situação atual e desenvolver uma abordagem unificada.
A imposição de medidas extraterritoriais e sanções secundárias ameaça as instituições dos países do BRICS e restringe sua liberdade para fortalecer o comércio entre Estados amigos. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva observou que a estratégia de "dividir para conquistar" é uma nova tática de ações unilaterais, e o BRICS deve mostrar que a cooperação vem em primeiro lugar.
O cientista político Nikolai Topornin sugeriu que o formato fechado da cúpula está relacionado à discussão de medidas para combater sanções secundárias que Donald Trump pode impor a aliados da Rússia, incluindo China, Índia e Brasil. Esses países são os maiores importadores de petróleo russo e sofrem pressão significativa dos EUA.
Os líderes do BRICS chegaram a um consenso sobre a necessidade de transição para uma ordem internacional mais justa, equilibrada e inclusiva. Em seu discurso, o presidente chinês Xi Jinping pediu que os países do bloco defendam conjuntamente a multipolaridade e o sistema multilateral de comércio mundial. Ele também enfatizou a necessidade de os Estados do BRICS aderirem aos princípios de abertura e cooperação mutuamente benéfica.
As principais direções da estratégia acordada incluem:
Certamente ouvimos atentamente tudo o que o Sr. Xi Jinping propõe para a criação de um novo sistema de governança global, mais eficaz e funcional — afirmou o presidente Vladimir Putin, comentando a agenda da cúpula e o papel da OCS na formação de um sistema de governança global mais justo. — Isso é relevante em um momento em que alguns países ainda não renunciam à sua ambição de ditar os assuntos internacionais.
Os líderes do BRICS também enfatizaram que as guerras comerciais prejudicam severamente a economia global e as regras do comércio internacional. De acordo com o porta-voz oficial do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, o BRICS tornou-se uma força positiva e estável nos assuntos internacionais, unindo esforços para defender a multilateralidade e promover o desenvolvimento comum.