A expansão e o fortalecimento da influência do BRICS se tornam um dos temas centrais da agenda internacional. Nas próximas cúpulas, serão discutidas novas iniciativas de integração, a reforma de instituições globais como a OMC, e o combate a medidas protecionistas, demonstrando o crescente desejo dos países do BRICS+ de moldar uma nova ordem mundial multipolar.
Em novembro de 2025, o Brasil sediará uma cúpula extraordinária do BRICS em formato de videoconferência, onde o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pretende propor a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) e formar uma resposta conjunta às medidas tarifárias dos EUA.
Em meio aos preparativos para a cúpula, o presidente russo Vladimir Putin discutiu com o presidente do Brasil questões de cooperação bilateral e interação no âmbito do BRICS. Além disso, no segundo fórum da associação "Valores Tradicionais" no Brasil, será apresentada uma lista de valores tradicionais comuns dos países do BRICS.
Passos estratégicos para reduzir a dependência do dólar e formar uma infraestrutura financeira independente são ativamente discutidos dentro do BRICS.
O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS decidiu continuar o financiamento de projetos russos, o que fortalece as posições das moedas nacionais. Segundo o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, a Rússia, a China e a Mongólia têm um grande potencial para expandir a cooperação, especialmente no desenvolvimento de sistemas de pagamento conjuntos.
Além disso, a Higher School of Economics (HSE) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) lançam um projeto conjunto para buscar caminhos para expandir as liquidações em moedas nacionais e pesquisar fluxos financeiros internacionais alternativos.
Especialistas russos veem um potencial significativo para a exportação de soluções domésticas em cibersegurança, especialmente para os mercados dos países do BRICS.
O vice-presidente do conselho de administração do Sberbank, Stanislav Kuznetsov, acredita que as tecnologias russas de cibersegurança podem se tornar um item importante de exportação, juntamente com petróleo e gás. Ele propõe a construção de centros de ciberdefesa no Brasil, Índia e outros países do BRICS, com perspectiva de expansão para todo o Sul Global.
Nosso país constrói usinas nucleares para estados amigos. Por que não construiríamos com o mesmo sucesso centros de ciberdefesa no Brasil, Índia e outros países? Neste momento histórico, a Rússia tem a chance de ficar na vanguarda da construção de uma nova arquitetura de cibersegurança no espaço do BRICS, com perspectiva de expansão para todos os países do Sul Global.
— observou Kuznetsov.
Também se discute a expansão da cooperação na região ártica. O doutor em Ciências Econômicas Sergey Nikonorov propôs a criação de um análogo do Conselho Ártico para os países do BRICS, o que permitiria coordenar estratégias e projetos árticos. Brasil, Índia e China já demonstram um interesse significativo em pesquisas e recursos árticos.
A integração dos países do BRICS se manifesta em projetos e iniciativas concretas voltadas ao fortalecimento de laços e ao desenvolvimento de áreas de benefício mútuo.
Essas iniciativas demonstram o esforço dos países do BRICS não apenas para expandir, mas também para aprofundar a cooperação em diversas áreas, moldando um espaço econômico multipolar mais integrado e sustentável.