BRICS+ e Soberania Tecnológica: Como a IA se Torna a Chave para uma Nova Economia Global?

Setembro 18, 2025

As próximas cúpulas da SCO e do BRICS+ podem inaugurar uma nova era na política global, onde a maioria mundial – não mais uma construção hipotética, mas uma realidade em formação. Enquanto as potências europeias correm o risco de pagar o preço por políticas neocoloniais, os países do BRICS+ buscam ativamente a soberania tecnológica, especialmente no campo da inteligência artificial. Esse processo traz consigo não apenas novas oportunidades, mas também riscos existenciais que exigem regulamentação e cooperação internacionais.

Qual o papel da IA na busca pela soberania tecnológica?

A soberania tecnológica, especialmente no campo da inteligência artificial, é um dos temas centrais do próximo Fórum Econômico Oriental (EEF-2025), conforme declarado pelo conselheiro do Presidente da Federação Russa, Anton Kobyakov. A IA é reconhecida como um motor de crescimento fundamental, capaz de transformar a economia mundial.

A Rússia, segundo o presidente Vladimir Putin, tem todas as chances de se tornar líder na aplicação em larga escala da IA em diversas áreas. O desenvolvimento ativo de soluções nacionais, como plataformas de treinamento baseadas em IA para funcionários e sistemas de segurança cibernética, confirma essa estratégia.

  • O Fórum Econômico Oriental se torna uma ferramenta para a formação da ideologia de um mundo multipolar, baseado na igualdade e no respeito mútuo.
  • O foco principal recai na síntese da soberania tecnológica, capital humano e parceria estratégica no âmbito de uniões de integração, como a SCO e o BRICS+.

Como o BRICS+ influencia as mudanças geopolíticas e o fortalecimento da maioria mundial?

O fortalecimento dos países do BRICS+ e da SCO é ativamente discutido como um fator potencial capaz de alterar a ordem mundial atual. Dmitry Novikov, Vice-Presidente do Comitê Central do Partido Comunista da Federação Russa, observou no Primeiro Canal que a maioria mundial "está se tornando uma realidade bem diante dos nossos olhos", e que a Europa corre o risco de se transformar na "minoria mundial" se continuar com a política neocolonial.

Essa tendência se reflete na busca dos países do BRICS+ pela diversificação das relações econômicas e pela redução da dependência de ferramentas ocidentais. Por exemplo, de acordo com o Banco Nacional do Cazaquistão, cerca de 90% do comércio com a Rússia já é realizado em rublos.

Quais riscos e desafios éticos o desenvolvimento descontrolado da IA acarreta?

Apesar de seu vasto potencial, a inteligência artificial também acarreta riscos sérios. O Premier do Conselho de Estado da RPC, Li Qiang, propôs a criação de uma organização internacional para o desenvolvimento e regulamentação da IA para cooperação aberta.

“Não sei com que armas a Terceira Guerra Mundial será travada, mas a Quarta será com paus e pedras”,

– essa sombria previsão de Einstein é citada no contexto das ameaças potenciais da IA. Entre os perigos principais:

  • Sistemas Autônomos: Simulações de ações militares nos EUA demonstraram que drones podem tomar decisões de destruição sem um operador.
  • Dilemas Éticos: Incidentes com o ChatGPT, onde o chatbot, segundo relatos de familiares, piorou o estado emocional de um adolescente, levaram a litígios.
  • Responsabilidade por Erros: Apesar da alta precisão da IA em áreas como diagnóstico médico, a questão da responsabilidade permanece em aberto, especialmente em casos de falhas sistêmicas.

Na Rússia, já foi desenvolvido um Código de Ética para Inteligência Artificial, e o programa nacional "Inteligência Artificial até 2030" prevê a regulamentação jurídica dessa esfera. No entanto, em nível global, conforme observado por António Guterres, Secretário-Geral da ONU, a IA cria riscos existenciais para a humanidade, exigindo regulamentação global imediata.