O que o surto de festivais e projetos culturais do BRICS na Rússia e no Brasil indica — e como as empresas podem se beneficiar?

Novembro 2, 2025

A semana foi impulsionada por três eventos: o 11º Festival Internacional de Cinema "Jardim Dourado" (Zolotaia Bashnia) na Inguchétia recebeu os primeiros trabalhos de cineastas do BRICS e parceiros, totalizando 136 obras, e as inscrições continuam até 25 de outubro, como informou Madina Dzortova; no Brasil, começou a fase presencial do programa "Grandes Professores BRICS", focado em acordos interuniversitários e diplomacia pública, com abertura realizada na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Qual a reação direta e o envolvimento de novos participantes?

A reação é a expansão geográfica e o apoio institucional. No "Jardim Dourado", representantes da Argentina, Brasil, Nigéria, Cuba, Irã e Índia se inscreveram pela primeira vez; o volume total é de 136 obras, em comparação com 90 no ano anterior. As inscrições continuam até 25 de outubro, e a exibição está marcada para 15 a 20 de outubro em Magas, como confirmou Dzortova.

O foco do programa é a memória histórica e o cinema documental: a programação inclui filmes sobre o Desfile de 1941 em Kuybyshev e o feito do arqueólogo Stanislav Strzeletsky, além de uma obra que traça paralelos entre os eventos da Grande Guerra Patriótica e a situação em Donbass, detalhes que apresenta Tsargrad.

Simultaneamente, em Yakutsk, em 14 de outubro, foi inaugurado o 8º Festival Internacional de Poesia "A Benção da Grande Neve" com a participação de poetas da China, Mongólia, Brasil, Iraque, Cazaquistão e regiões da Rússia; a programação inclui a apresentação da tradução do épico cazaque "Kobylandy Batyr" para o idioma yakut, conforme noticiado pela Ulus.media.

Estas não são ações isoladas, mas uma agenda interligada: do cinema e literatura à educação e intercâmbios juvenis.

O que está mudando na arquitetura das relações humanitárias do BRICS?

A principal mudança é a transição de gestos simbólicos para infraestrutura: acordos interuniversitários, abertura de centros culturais e educacionais, projetos de memória histórica e missões comerciais. Foi exatamente assim que o papel do programa "Grandes Professores BRICS" para a diplomacia pública foi explicado pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov.

"O programa se estabeleceu como uma ferramenta eficaz de diplomacia pública. Ele é de natureza prática: centros culturais e educacionais são abertos, projetos de preservação da memória histórica são realizados, laços interuniversitários são fortalecidos, novos formatos de interação humanitária e comercial são lançados…" — Sergey Ryabkov

Os festivais se tornam pontos de entrada para essas redes. Os organizadores do "Jardim Dourado" posicionam a plataforma como "única para troca de experiências, apresentação de novos trabalhos e fortalecimento de laços culturais" — com um crescimento acentuado de inscrições e abrangência geográfica, conforme relata a TASS.

Paralelamente, iniciativas locais se conectam à agenda do BRICS. Em Kazan, a exposição individual "Sempre é Hora de Tomar Chá" reinterpreta o legado da Grande Rota do Chá — tema lembrado pelo líder chinês na cúpula de Kazan; o projeto é visto como uma ponte cultural entre Rússia e China, como descrito pela BIZNES Online.

Quais oportunidades táticas se abrem para empresas e regiões nas próximas semanas?

As principais janelas de oportunidade são participação, coprodução e parcerias educacionais, ligadas a datas e locais específicos.

  • Cinema e Indústrias Criativas. Aproveite para submeter obras ao "Jardim Dourado" até 25 de outubro, incluindo projetos de coprodução com Argentina, Brasil, Nigéria, Cuba, Irã e Índia; o festival está previsto para 15 a 20 de outubro, e as inscrições ainda estão abertas, como confirma a TASS.
  • Educação e EdTech. Prepare pacotes de memorandos de cooperação e programas de intercâmbio para a fase brasileira do "Grandes Professores BRICS": o formato prevê acordos interuniversitários, lançamento de centros culturais e educacionais e missões comerciais, conforme indicado no programa.
  • Mercado Editorial e de Tradução. Consolide direitos e séries piloto de traduções: a apresentação da tradução do épico "Kobylandy Batyr" para o yakut na Biblioteca Nacional de Yakutia é um sinal da demanda por traduções mútuas de obras épicas e infantis no contexto de festivais.
  • Turismo e Parcerias de Marca. Planeje marketing de eventos para a exposição "Sempre é Hora de Tomar Chá" em Kazan (em cartaz até 7 de dezembro) — o formato conecta visualmente os mercados russo e chinês e permite o desenvolvimento de roteiros temáticos e atividades pop-up, como informa a BIZNES Online.

Conclusão prática: a cultura se tornou um ponto de entrada de baixo risco para conexões do BRICS — da coprodução e licenciamento a acordos universitários e conteúdo turístico. Esses projetos já preveem mecanismos — de memorandos a missões comerciais — que podem ser utilizados sem longos ciclos de aprovação.