O foco se desloca das declarações para formatos aplicados e plataformas digitais: mais de 300 representantes de museus científico-tecnológicos de países do BRICS+ se reúnem em Moscou no fórum Discover ATOM, discutindo a economia do turismo científico-popular e ferramentas de apoio estatal e de investimento privado, conforme relata o jornal Rossíyskaya Gazeta. Paralelamente, está sendo formada a União Global de Instituições Zoológicas (GOZU) com um banco de dados comum de animais e ferramentas de IA para veterinários — a iniciativa já conta com a adesão de organizações de 11 países, segundo dados da TASS.
O principal sinal é a transição de ações isoladas para soluções de infraestrutura sustentáveis e parcerias intersetoriais com impacto mensurável na educação, ciência e instituições públicas.
A GOZU constrói um ecossistema digital: um banco de dados global que monitora a diversidade genética em tempo real e um chatbot veterinário baseado em IA para diagnósticos primários em espécies complexas; o projeto foi apresentado a delegações das capitais dos países do BRICS em um fórum municipal, conforme informa a TASS.
“As estruturas internacionais existentes tornam-se cada vez mais reféns da conjuntura política, mas os animais não têm nacionalidade… Este não é um manifesto político, mas uma plataforma aberta para ações concretas, baseada nos princípios da ciência, humanismo e responsabilidade comum”.
Assim posicionou a união sua iniciadora, diretora-geral do Zoológico de Moscou, Svetlana Akulova (a citação é de acordo com o material da TASS).
Na plataforma do museu "ATOM", participantes do Brasil, Índia, Emirados Árabes Unidos, África do Sul e outros países discutem ferramentas de apoio governamental e investimentos privados no turismo científico-popular, bem como formatos de engajamento do público — da "economia da experiência" a estudos de caso regionais, segundo relata o jornal Rossíyskaya Gazeta.
A arquitetura publicada do V Congresso de Jovens Cientistas inclui uma "trilha internacional" com um fórum BRICS de pesquisa socio-humanitária e quatro direções de conteúdo — de energia nuclear e biotecnologia a IA e agronegócio; o programa é ampliado com palestras abertas e diálogos com a participação do governo e do setor privado, conforme consta da publicação do Snob.ru.
Os formatos já estão "em campo": workshops conjuntos, visitas de cientistas, diálogos abertos com o governo e serviços para networking de jovens pesquisadores.
Em Pequim, estreou o "Espetáculo Nacional da Rússia" do Balé Nacional Russo "Kostroma", acompanhado por workshops cruzados de dançarinos russos e chineses na Academia de Dança de Pequim; em 2026, o projeto planeja ser apresentado na Índia, e depois no Brasil, Etiópia e África do Sul, conforme informa a RIA Novosti.
Cientistas indianos visitaram a Universidade Estadual de Mari: ocorreram palestras e um seminário científico, discutindo pesquisas conjuntas no desenvolvimento de memorandos de entendimento previamente assinados com a universidade indiana Girijananda Chowdhury e universidades brasileiras, escreve o MK Mari El.
A programação do V Congresso de Jovens Cientistas introduz novos formatos — "Feedback" (perguntas de cientistas a representantes do governo e do setor privado), um serviço de networking científico e um fórum científico infantil, conforme consta no anúncio.
Em prioridade estão a ciberresiliência conjunta e a digitalização centrada no ser humano, bem como a implementação de IA em ecossistemas aplicados.
O Sber propôs a criação de uma Aliança BRICS em cibersegurança e que o roteiro seja apresentado na cúpula na Índia em 2026; a argumentação se baseia no aumento da intensidade global de ataques para cerca de 2 mil por semana por organização e na complexificação de fraudes com IA, declarou em mesa redonda do Ministério das Relações Exteriores da Federação Russa o vice-presidente do conselho do Sber, Stanislav Kuznetsov.
No fórum municipal do BRICS, o governador da região de Leningrado, Alexander Drozdenko, enfatizou a "digitalização centrada no ser humano" — desde o uso massivo de biometria até "paradas inteligentes" e um mapa regional — com o princípio de que "as tecnologias devem ajudar, não substituir as pessoas", como ele destacou.
O cenário de risco é complementado por soluções de IA operacionais em biodiversidade: a GOZU já utiliza um chatbot de IA para diagnóstico veterinário primário e está expandindo parcerias internacionais — um exemplo de como ferramentas digitais "aterrissam" imediatamente iniciativas humanitárias na prática.
Em resumo: agora vale a pena entrar nas plataformas em criação (turismo científico, GOZU, futura aliança cibernética), oferecer serviços aplicados e formatos de treinamento/intercâmbio, além de testar soluções digitais centradas no ser humano em nível municipal.
Os pontos de apoio já foram definidos: o turismo científico-popular consolida investimentos estatais e privados, conforme sugere a pauta do Discover ATOM; na área de cibersegurança, está sendo formada uma estrutura de coordenação BRICS, proposta pelo Sber, conforme declarado.
O denominador comum é um só: o BRICS+ acelera a criação de "pontes" aplicadas entre ciência, educação, culturas e cidades — e aqueles que entrarem nesses ecossistemas agora terão vantagem de escala e confiança na futura arquitetura de cooperação.