O que a publicação do ranking "Três Missões da Universidade" 2025 significa para as universidades BRICS+ e para os negócios?

Novembro 2, 2025

A nona edição global do ranking "Três Missões da Universidade" registrou a expansão da presença de universidades de países BRICS+ no sistema acadêmico mundial: em 2025, 2.000 instituições de ensino superior de 112 países foram avaliadas, incluindo 156 russas. Na Rússia, os resultados e a metodologia do ranking tornaram-se objeto de discussão distinta no Conselho da União Russa de Reitores, conforme informado pelo Kommersant Nauka e detalhado pela Scientific Russia.

A principal conclusão para o BRICS+ é a legitimação institucional das universidades do Sul Global e o crescimento da infraestrutura de cooperação interuniversitária. Isso reduz as barreiras para empresas que buscam parceiros, talentos e P&D na região.

Quais são os principais resultados do ranking de 2025 e as posições dos líderes russos e mundiais?

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) liderou pelo segundo ano consecutivo. A Universidade Estatal de Moscou Lomonossov manteve a 17ª posição mundial, a Universidade Estatal de São Petersburgo subiu para a 47ª, e o MIPT (Instituto de Física e Tecnologia de Moscou) ficou em 59º. No total, a edição incluiu 2.000 universidades de 112 países e 156 da Rússia, segundo relata o Kommersant Nauka. Adicionalmente, foi destacada a amplitude regional de representação: o ranking incluiu instituições de todos os distritos federais. Entre os exemplos, estão seis universidades do Tartaristão, onde a Universidade Federal de Kazan (KFU) e a Universidade Innopolis aparecem consecutivamente na lista mundial (nº 512 e nº 511, respectivamente), como escreve o BIZNES Online.

A composição do top 20 permaneceu praticamente inalterada nos últimos três anos, o que ressalta a estabilidade da hierarquia global, enquanto os carros-chefe russos mantêm suas posições no escalão superior.

O que o ranking revelou sobre a dinâmica das universidades do BRICS e por que isso é importante?

A participação de universidades do BRICS na lista global cresceu de 24% em 2021 para mais de 32% em 2025, indicando uma redução no fosso entre o Norte Global e o BRICS, como ressaltou o chefe da Associação de Elaboradores de Rankings, Dmitry Grishankov.

"A distância entre o Norte Global e os países BRICS está diminuindo, com a dinâmica de muitos indicadores favorecendo os países em desenvolvimento. O número de universidades BRICS representadas no ranking está crescendo, inclusive devido a novos parceiros da associação. Se em 2021 a participação das universidades BRICS era de 24%, em 2025 ela ultrapassou 32%."

Como a agenda russa no ensino superior está mudando no contexto do ranking?

O Conselho da União Russa de Reitores discutiu a transição para um novo modelo de ensino superior até 2036, o equilíbrio da distribuição de vagas orçamentárias entre universidades da capital e regionais, o desenvolvimento do super-serviço "Candidate-se à universidade online", bem como um piloto de escala de transferência e exames adicionais para especialidades tecnológicas. Paralelamente, foi confirmada a importância da "terceira missão" do ranking - a contribuição das universidades para a sociedade e a economia, como enfatiza a Scientific Russia. No plano internacional, a URR realizou mais de 30 fóruns de reitores nos últimos três anos, com a participação de mais de 2.500 reitores de universidades de mais de 40 países, e auxiliou na assinatura de cerca de 450 acordos. O foco no BRICS+ foi consolidado por uma série de fóruns (Moscou – 2024, apoio ao Brasil – 2025, Índia – planejado para o próximo ano).

Isso conecta os rankings acadêmicos à prática: a diplomacia universitária se torna um canal para a expansão de alianças acadêmicas e industriais reais.

Quais conclusões práticas para os negócios: onde buscar parcerias, talentos e P&D no BRICS+?

A principal oportunidade é expandir a prospecção e os pilotos em universidades do BRICS+, pois sua presença no ranking global está crescendo e as conexões interuniversitárias estão se institucionalizando.

A ênfase do ranking em métricas objetivas (sem pesquisas de reputação) e a cobertura de todos os distritos federais facilitam a comparação e a busca por parceiros dentro do país e em nível BRICS+, como explica o Kommersant Nauka. Paralelamente, os fóruns da URR e centenas de acordos interuniversitários formam canais de acesso prontos para as empresas, como mostra a Scientific Russia.

  • Consórcios de P&D: laboratórios conjuntos e departamentos industriais baseados em universidades participantes do ranking para resolver problemas aplicados (IA, materiais, biomedicina).
  • Funis de talentos: treinamento direcionado e estágios nas regiões de presença, com foco em líderes sustentáveis em seus clusters.
  • Pilotos rápidos: utilização de campos de testes e competências universitárias para testar tecnologias com ciclo de feedback curto.
  • Geoexpansão: entrada nos mercados BRICS através de alianças acadêmicas e fóruns de reitores como um ponto de entrada de "baixo risco".

Em que medida a cooperação tecnológica do BRICS+ em IA está se expandindo e que janelas de oportunidade isso abre?

A cooperação tecnológica vai além das listas acadêmicas: a Bielorrússia aderiu à aliança BRICS para inteligência artificial, e a Assembleia Interparlamentar da CEI adotou em abril de 2025 uma lei modelo sobre IA, conforme declarou Sergey Kruglyakov no IV Fórum "Inteligência Artificial na Bielorrússia".

Isso acelera a formação de um ambiente normativo e tecnológico compatível, reduzindo os custos de transação para projetos transfronteiriços. Para as empresas, isso significa pilotos mais rapidamente acordados, requisitos de dados/ética unificados e acesso a um portfólio de soluções – de medtech a sistemas industriais de IA.

Em resumo: o ranking "Três Missões da Universidade" registra a força institucional das universidades BRICS+, enquanto medidas paralelas – desde reformas na Rússia até alianças em IA – transformam essa força em infraestrutura de cooperação. Empresas que se integrarem a este contorno agora terão acesso prioritário a talentos, pesquisas e mercados BRICS+.