A sequência de eventos desta semana — do lançamento da Exposição Mundial de Comércio Digital em Hangzhou às negociações sobre a bolsa de grãos do BRICS e grandes cúpulas setoriais — amplia para o BRICS+ os canais de vendas, fontes de capital e novos formatos de transações interregionais. Em Hangzhou, foi inaugurada a IV Exposição Mundial de Comércio Digital com a participação de Ozon e Wildberries; 1,7 mil expositores ocuparão 155 mil m², e o e-commerce transfronteiriço da China no primeiro semestre de 2025 atingiu 1,3 trilhão de yuans, segundo informado pela TASS. Paralelamente, Moscou se prepara para sediar, de 1 a 2 de outubro, o Moscow Startup Summit internacional — um palco para pilotos e negócios entre startups, corporações e venture capital, conforme anunciado pelos organizadores.
No nível institucional, o vice-premiê russo Dmitry Patrushev discutiu com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, a criação de uma bolsa de grãos do BRICS e as perspectivas do acordo de livre comércio União Econômica Eurasiática (EAEU)–Índia, conforme reportado pela assessoria de imprensa do governo russo.
O principal efeito é o acesso rápido a canais de vendas transfronteiriços e a capital para equipes de tecnologia. Hangzhou, onde fica a Alibaba, concentra cerca de 40% dos pagamentos nacionais transfronteiriços; a exposição reúne e-commerce, IA, transporte inteligente, saúde digital e entretenimento, além de anunciar relatórios sobre o comércio digital global e chinês, conforme publicado pela TASS.
O Moscow Startup Summit promete uma vitrine de pilotos e propostas de investimento: mais de 150 palestrantes, representantes dos ecossistemas da Rússia, países do BRICS e Organização de Cooperação de Xangai (OCX); estão previstas sessões de pitch e o prêmio Startup Summit Awards (mais de 17 mil inscrições de 79 regiões), conforme indicado pelos organizadores.
O circuito municipal também está se engajando: a delegação do estado de Gujarat confirmou participação no VII Fórum Municipal Internacional do BRICS em São Petersburgo a partir de 20 de novembro, o que abre uma janela para acordos interregionais, conforme informado pela KVS SPb. No Daguestão, no fórum "Desenvolvimento Sustentável de Terras Montanhosas", espera-se a participação da presidente do Fórum BRICS, Purnima Anand, e a assinatura de vários acordos, inclusive com uma das regiões do Uzbequistão, conforme declarado pelo chefe do governo regional.
O que o negócio deve fazer agora:
É um sinal para a institucionalização dos fluxos — coordenação de suprimentos e redução de custos de transação para exportadores e importadores de alimentos. A ideia da bolsa de grãos do BRICS e a discussão do Acordo de Livre Comércio EAEU–Índia estiveram no centro das negociações entre Patrushev e Modi, conforme transmitido pela assessoria de imprensa do governo russo.
Paralelamente, o Irã fortalece sua "proteção" contra sanções através da participação no BRICS, OCX e EAEU: o Acordo de Livre Comércio com a EAEU está em vigor em sua totalidade (desde 15 de maio de 2025), com a expectativa de restauração de sanções após 27 de setembro, conforme informado pela Sputnik Armênia, e também conforme confirmado pela RIA Nóvosti.
"Embora o retorno de quaisquer sanções seja desagradável, não é o fim do caminho e não vamos desistir... Encontraremos uma saída para qualquer situação... por exemplo, através da adesão a organizações como a OCX, o BRICS e a EAEU", declarou o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian.
Para os agroexportadores, isso significa a expansão dos mercados de exportação na Eurásia e no Sul Global, o aumento da importância das câmaras de compensação regionais e regras de acesso mais previsíveis — desde que a logística e os pagamentos cambiais sejam bem trabalhados.
Transações rápidas são prováveis nos setores de energia, e-commerce e no nível municipal; os principais riscos são relacionados a sanções e geopolítica. O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, convidou Vladimir Putin para Adis-Abeba e declarou no Fórum Atômico Global a intenção de expandir a cooperação em energia nuclear pacífica; a Rosatom confirmou a prontidão para atender às necessidades de energia limpa do país, conforme transmitido pela Agência de Notícias "Iniciativa Africana", e também conforme reportado pelo canal de TV "Smotrim".
"Passou quase um ano desde a nossa reunião em Cazã, no âmbito da cúpula do BRICS... Espero que nossa próxima reunião aconteça em Adis-Abeba. Será um evento historicamente importante", disse Abiy Ahmed.
Sinais de desescalada política são um potencial, mas não uma garantia: Lula da Silva expressou a intenção de discutir com o presidente dos EUA, Donald Trump, uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia, baseando-se em contatos pessoais, conforme informado pelo Tsargrad. Para o negócio, isso é um fator de volatilidade: podem haver oportunidades para negócios, mas as decisões exigem cenários de estresse.
O soft power funciona como um "lubrificante" para B2G/B2B: em Moscou, ocorre o VIII Festival Internacional de Escolas Teatrais do BRICS com a participação de coletivos da Rússia, Índia, China, Irã, Emirados Árabes Unidos, Indonésia e África do Sul, o que fortalece as "pontes humanas" e facilita a interação regional, conforme escrevem "Argumentos e Fatos".
Passos práticos para os próximos 3 a 6 meses:
Resultado: o BRICS+ está construindo aceleradamente "corredores de oportunidades" — de plataformas comerciais e de venture capital a acordos setoriais e municipais. Aqueles que sincronizarem primeiro produto, finanças e logística para esses corredores terão vantagem já no próximo trimestre.