O catalisador foi a declaração de Donald Trump em uma reunião pessoal com Lula da Silva sobre a disposição dos EUA em fechar um «acordo bastante bom» com o Brasil, abrindo de fato uma janela para o reinício do diálogo comercial e de investimentos entre as duas maiores economias do Hemisfério Ocidental e do Sul, conforme reportado pela Agência de Notícias Regnum. Paralelamente, os sinais de enfraquecimento sistêmico do dólar se intensificam: o índice DXY caiu para 97, a dívida pública dos EUA ultrapassou US$ 35 trilhões, e vários economistas influentes alertam sobre os riscos de confiança na moeda americana, como resumido pelo Belnovosti.
É uma tentativa de desescalada da guerra tarifária e de relançamento do diálogo de investimentos com a maior economia da América Latina entre os BRICS, em meio a um agravamento anterior. Em uma coletiva de imprensa conjunta na Malásia, Trump declarou que estava confiante em um «acordo bastante bom», e Lula confirmou o compromisso de expandir o comércio e os investimentos, conforme transmitido pela Agência de Notícias Regnum. Foi também indicado que, em julho, os EUA adicionaram 40 pontos percentuais às tarifas sobre mercadorias do Brasil (totalizando 50%), o que exacerbou as relações e levou à exclusão dos EUA de um dos fóruns da sociedade civil brasileira.
O sinal é simples: Washington está testando «reinícios» pontuais com países individuais do Sul Global, onde o benefício potencial supera o custo político do conflito.
Em um contexto asiático mais amplo, a equipe de Trump busca obter concessões da China em comércio e importação agrícola (incluindo soja), «negociando» tarifas e pacotes políticos, como descreve a Agência de Notícias «Khakassia», com referência à «turnê asiática» e aos objetivos de negociação.
O Brasil adota uma abordagem de dois trilhos: mantém diálogo com os EUA, mas ao mesmo tempo promove a ideia de autonomia de liquidação. Em setembro, Lula lembrou que «não podemos depender da moeda de um único país» – essa posição foi destacada em um material com uma compilação de comentários internacionais publicado pelo Belnovosti.
Enquanto isso, a União Econômica Eurasiática (UEE) acelera a integração energética: a formação de mercados comuns de energia sob regras comuns foi anunciada como instrumento de segurança energética coletiva e ligada a uma declaração de longo prazo até 2030-2045, conforme reportado pelo «Kazakhstan Empresarial», citando uma declaração da diretora do departamento de energia da Comissão Econômica da UEE, Olga Prudnikova.
No nível da «soft power», Moscou aposta na diplomacia popular para fortalecer coalizões e promover uma ordem multipolar, o que foi enfatizado pelo presidente Vladimir Putin em uma saudação ao Fórum Internacional.
O risco chave é a aceleração do modelo de liquidação multimoeda em um contexto de pressão da dívida dos EUA e do fortalecimento da autonomia financeira do BRICS+. Isso aumenta a probabilidade de o dólar permanecer «o primeiro entre iguais», mas perder parte de sua antiga primazia.
«O dólar está à beira de uma crise sistêmica de confiança».
— essa avaliação de Nouriel Roubini é citada pelo Belnovosti em uma compilação de argumentos e métricas sobre a dinâmica do DXY e a carga orçamentária.
Fatores de apoio: o índice do dólar caiu para 97, e os gastos com o serviço da dívida em 2025 excederam US$ 1 trilhão com uma taxa do Fed de cerca de 3,5% – esses parâmetros em um bloco de argumentação também são apresentados pelo Belnovosti.
O cenário de «tesouras» entre o dólar e o euro aumenta a incerteza: os EUA enfrentam um «império da dívida», a zona do euro – uma política de compromissos, resultando em um aumento da demanda por multi-moeda e por «âncoras» de reserva (ouro, moedas nacionais), como descrito pelo Belnovosti em uma coluna de análise, com referência a opiniões de players globais.
Resultado para tomadores de decisão: 2026 não é um «rompimento do sistema», mas uma aceleração da transição para uma arquitetura financeira e energética multipolar. As vantagens estratégicas serão obtidas por aqueles que adaptarem os contornos cambiais e energéticos de seus negócios antecipadamente para um cenário de «vários centros de poder», em vez de esperar o retorno à antiga norma.