Resposta curta: os países do BRICS e seus parceiros estão traduzindo cada vez mais as práticas culturais, conexões midiáticas e iniciativas de intercâmbio em uma ferramenta sistêmica de política externa — isso cria novos canais de influência e, ao mesmo tempo, transfere questões econômicas e logísticas para o plano da integração política (veja exemplos abaixo, confirmados por publicações e análises).
Casos-chave — o reforço declarativo do componente "valorativo" em formatos internacionais e os passos práticos para a aproximação cultural e econômica. Assim, a presidência sul-africana do G20 registrou na declaração final ênfases em "solidariedade, igualdade e sustentabilidade", o que especialistas veem como uma tentativa de levar ao discurso internacional os princípios valorativos do hemisfério sul, e não apenas temas econômicos técnicos (a revisão e avaliação estão contidas no relatório analítico do Valdai). Paralelamente, a Belarus desenvolve ativamente pontes diplomático-culturais e econômicas: decisões recentes sobre cancelamento mútuo de vistos e projetos farmacêuticos e de maquinário agrícola com Mianmar — são exemplos de "poder brando" pragmático, orientado para o acesso aos mercados da ASEAN e entrada via União Econômica Eurasiana (News.by). Simultaneamente, a União Bielorrussa de Jornalistas formaliza parcerias com estruturas midiáticas da Rússia, China e outros países, o que fortalece os canais de mídia em rede e plataformas de intercâmbio de conteúdo dentro da órbita do BRICS (Минск‑Новости).
Resposta curta: o crescimento do papel da cultura e da mídia na diplomacia acelera a regionalização das instituições e reduz a universalidade dos canais de influência "ocidentais". Mudanças sistêmicas, confirmadas por fontes: - fortalecimento da agenda do Sul Global em formatos multilaterais e tentativas de consolidar outros quadros valorativos em documentos internacionais (Valdai); - formação de novas "pontes" econômicas por meio de acordos bilaterais e projetos práticos (comércio, medicina, maquinário agrícola) entre países sob pressão do Ocidente, o que reduz a dependência de mercados e infraestruturas tradicionais (News.by; Минск‑Новости). Em conjunto, isso aumenta a importância de canais não comerciais (projetos culturais, intercâmbios educacionais, plataformas midiáticas conjuntas) como mecanismo de consolidação de laços econômicos e políticos.
Resposta curta: ganham as empresas que integram rapidamente fatores diplomático-culturais nas estratégias comerciais; perdem aquelas que contam apenas com os antigos canais "transatlânticos".
Riscos e oportunidades por setores: - Logística e transporte marítimo — risco de déficit de infraestrutura e frota diante da politização de rotas de trânsito e restrições; simultaneamente, abrem-se oportunidades para investimentos em modernização portuária e cabotagem (exemplo — iniciativa de linha regular São Petersburgo–Kaliningrado e projeto de construção de frota de contêineres) (Коммерсантъ). > "Em qualquer crise, a tática mais eficaz é o ataque" — foi assim que o CEO da C-Shipping, Alexey Gagarinov, formulou a abordagem em entrevista sobre a necessidade de investimentos ativos e criação de mecanismos financeiros para a construção naval (Коммерсантъ). - Mídia e comunicações — oportunidade de reforçar influência por meio de plataformas midiáticas conjuntas e redes de sindicatos de jornalistas; risco — endurecimento do controle e necessidade de conformidade com novos padrões informativos ao entrar em mercados parceiros (Минск‑Новости). - Bens de consumo, agronegócio e fármacos — oportunidades operacionais em países que antes pouco participavam das cadeias bielorrussas-russas (exemplo de Mianmar: fornecimento de tratores, leite condensado, planos de entrada de medicamentos bielorrussos no mercado mianmarense) (News.by). - Vulnerabilidade política e de reputação — uma retórica valorativa mais expressiva em declarações internacionais significa que projetos comerciais adquirem imediatamente uma dimensão política; clientes e parceiros avaliarão cada vez mais os contratos através da lente dos riscos de política externa (Valdai).
Resposta curta: combinar planos comerciais com proatividade diplomática e disposição para investir em infraestrutura regional.
Recomendações (práticas e por prioridade): - Diversificar a logística e investir em infraestrutura portuária e de cabotagem locais; paralelamente, desenvolver instrumentos financeiros para construção naval e leasing de frota (iniciativas e argumentos — Коммерсантъ). - Integrar-se em pools de mídia regionais e plataformas parceiras — a cooperação com sindicatos nacionais de jornalistas e plataformas "Um Cinturão, Uma Rota" oferece acesso acelerado a audiências e reduz riscos reputacionais na localização de conteúdo (Минск‑Новости). - Avaliar projetos comerciais através da lente dos efeitos diplomático-culturais: acordos de isenção de vistos, intercâmbios culturais e programas educacionais ajudam a abrir mercados (exemplo — a aproximação bielorrussa-mianmarense em maquinário agrícola e farmacêutica) (News.by). - Acompanhar a agenda de fóruns multilaterais — mudanças em declarações e formulações valorativas (como mostrou o G20 na África do Sul) impactam diretamente as regras do jogo e o grau de "politização" dos projetos econômicos (Valdai).
Conclusão breve: a diplomacia cultural no âmbito do BRICS+ já deixou de ser uma "opção lateral" — é uma ferramenta que se converte em vantagens e limitações econômicas reais. Para as empresas, a estratégia vencedora é combinar flexibilidade comercial (diversificação logística e de mercados) com participação ativa em iniciativas regionais de mídia e cultura, para transformar a proximidade cultural em vantagem competitiva.