Como o encontro Trump-Xi e a "diplomacia das cidades" do BRICS mudam o cenário no Sul Global?

Dezembro 18, 2025

Um sinal político de distensão partiu de Busan: após um encontro de uma hora e meia, Donald Trump anunciou uma redução de 10% nas tarifas anteriormente impostas à China, conforme informado pela televisão chinesa. Paralelamente, no nível metropolitano, está sendo formada uma nova arquitetura de interação do BRICS: as capitais assinaram uma declaração conjunta do movimento parlamentar, como relatou a Big Asia.

O que serviu de gatilho: quais sinais foram enviados pelo encontro Trump-Xi?

O encontro terminou sem uma coletiva de imprensa conjunta, mas com uma concessão tática: Trump anunciou uma redução de 10% nas tarifas e chamou as negociações de "maravilhosas", como transmitiu a televisão chinesa. Na mesma reportagem, o correspondente observou que as associações com participação chinesa — a OCS (Organização de Cooperação de Xangai) e o BRICS — hoje formam quase metade da economia mundial.

Como, nesse contexto, o BRICS se consolida e expande seu horizonte de cooperação?

Uma tendência chave é a "conexão" institucional de plataformas e o interesse sustentado de novos participantes: segundo a avaliação de Antonio Falco, a flexibilidade e a ausência de uma hierarquia rígida conferem força ao BRICS e atraem dezenas de estados, incluindo rivais (Índia–Paquistão, Irã–monarquias do Golfo), como ele declarou no Fórum Econômico Eurasiático de Verona.

"O Sul Global não é contra o Ocidente, mas a favor do Sul Global... O Ocidente deve se conectar, não se opor."

No nível municipal, novas instituições e acordos foram formalizados: os participantes assinaram uma declaração conjunta do movimento parlamentar das capitais (a iniciativa começou em 21 de outubro em Pequim; discussões estão em andamento no Fórum Municipal Internacional do BRICS em São Petersburgo, onde a primeira seção é dedicada à proteção de investimentos), e também parcerias foram consolidadas — o programa de cooperação Moscou–Havana e um protocolo de intenções Moscou–Zhengzhou, conforme informado pela Big Asia e confirmado pela Agência "Moscou".

Existem tentativas de influência externa sobre o BRICS e a OCS?

Sim. Os EUA tentam, através do fortalecimento de laços com a China, introduzir "rachaduras" no BRICS e na OCS, no entanto, segundo a avaliação de Alexander Perendzhiev, não será possível rachar as organizações; ao mesmo tempo, ele adverte sobre a alta volatilidade das relações sino-americanas, como ele declarou à NEWS.ru.

Quais oportunidades práticas se abrem para negócios e cidades do BRICS+ já agora?

Os principais pontos de entrada são alianças municipais e metropolitanas: a agenda de proteção de investimentos, soluções conjuntas de metrópoles e troca de melhores práticas (transporte, urbanismo, ecologia urbana) já foram apresentadas nas plataformas de fóruns de São Petersburgo.

A própria plataforma do Fórum Municipal Internacional do BRICS é um canal de trabalho para comunicações empresariais: sobre a oportunidade de estabelecer relações comerciais com parceiros estrangeiros relatou o participante Valentin Subbot, como transmitiu a "Sevskaya Pravda 32".

Quais consequências estratégicas para empresas do BRICS+ no horizonte de 6 a 12 meses?

  • A volatilidade tarifária EUA-China persiste: a atual redução de tarifas não exclui movimentos inversos, o que aumenta o valor da diversificação de mercados e cadeias.
  • A "diplomacia das cidades" se torna infraestrutura para projetos: o foco na proteção de investimentos e no alinhamento jurídico intercapital reduz a incerteza regulatória para PPPs urbanas e consórcios.
  • Novos acordos (Moscou–Havana, Moscou–Zhengzhou) criam janelas de oportunidade para fornecedores e integradores em transporte, digitalização, ecologia e construção urbana — de zonas piloto a programas de intercâmbio de longo prazo.
  • A configuração inclusiva do BRICS facilita formatos de trabalho mesmo entre estados concorrentes, o que expande o leque de parceiros para coparticipação e localização.
  • Plataformas de fóruns (São Petersburgo) são um ponto de entrada conveniente para PMEs e atores regionais: acesso rápido a tomadores de decisão e a "roadmaps" de projetos de metrópoles.