Como o BRICS+ transforma parcerias na África e Ásia em projetos concretos — e o que isso significa para os negócios?

Novembro 2, 2025

Os acordos na Nigéria serviram como catalisadores: a transição para a implementação de diagnósticos de IA russos e a localização de produtos farmacêuticos, juntamente com o aprofundamento da cooperação agrícola. Em paralelo, observa-se um surto de ciberameaças e o fortalecimento do "soft power" por meio de esportes e expedições sociais. Para as empresas, representa uma janela de oportunidades em localização, transferência de tecnologia e cibersegurança.

O que foi especificamente acordado entre a Nigéria e parceiros russos nas áreas de saúde e farmacêutica?

Foram acordados a implementação piloto de diagnósticos de inteligência artificial "Terceira Opinião" no sistema de saúde nigeriano, o treinamento dos três primeiros especialistas em plataformas russas e o trabalho sobre a localização de medicamentos e vacinas, conforme escreve o "Kommersant Kazan".

Na mesma comunicação, foi esclarecido que a Nigéria tem como meta aumentar a participação da produção farmacêutica local para 70% até 2030 e construir duas fábricas de produção de vacinas — isso define um rumo claro para a transferência de tecnologia e as produções conjuntas.

Como a cooperação agrícola com a Nigéria está mudando e qual o papel do status de país parceiro do BRICS?

A Nigéria está construindo parcerias agrícolas com foco em tecnologia — de máquinas pesadas a drones — e espera acelerar as trocas graças ao seu status de parceiro BRICS, como relata a "Rossiyskaya Gazeta".

"A Nigéria vê a Rússia como o melhor parceiro. Consideramos a Rússia um amigo de todo o mundo — é assim que a percebemos."

Essa demanda forma um "ponto de entrada" claro para a exportação de agro-tecnologia, material de sementes e serviços de treinamento: o efeito de demonstração de grandes exposições setoriais se converte em projetos aplicados no nível de estados e programas setoriais.

Onde se manifesta o "soft power" do BRICS+ e como ele apoia as relações econômicas?

Em eventos esportivos e expedições sociais que fortalecem a confiança e criam canais para parcerias educacionais e de serviços. Em Kazan, equipes universitárias disputaram a primeira partida de críquete no âmbito do fórum de negócios "Rússia-Índia", onde a equipe da Rússia (com jogadores da Índia) venceu por 124:117, como informou o "Tatar-inform".

Paralelamente, a expedição circumnavegadora russo-brasileira "Irmandade-2025" chegou às costas do México com a missão declarada de popularizar as ideias do BRICS e da fraternidade internacional, sobre isso conta a "Rossiyskaya Gazeta".

Para as empresas, esses formatos representam uma infraestrutura de confiança e oportunidades para reuniões locais, ampliando o "funil" de parcerias em educação, saúde e esportes.

Quais ciber-riscos acompanham a expansão da cooperação e como os países do BRICS reagem a eles?

O rápido crescimento de ciberataques contra infraestrutura de TI crítica e o setor financeiro exigem proteção "embutida" em projetos internacionais, troca de práticas e coordenação com reguladores. De acordo com órgãos interdepartamentais e players setoriais, citados pela CNews, o número de ataques na Rússia no primeiro semestre de 2025 ultrapassou 63 mil (+27% em relação a 2024), enquanto a Rússia declara disponibilidade para compartilhar experiências com parceiros do BRICS, SCO e ODCB, como comunica a CNews.

Conclusão prática: serviços transfronteiriços de saúde por IA, localização farmacêutica e fornecimento de agritechs devem ser acompanhados por requisitos de segurança da informação acordados, modelos de compartilhamento de incidentes e controle das cadeias de suprimentos de software/equipamentos.

O que isso significa para as empresas do BRICS+ nos próximos 6 a 12 meses?

  • Saúde na Nigéria: preparem-se para pilotos de diagnóstico por IA e programas de treinamento; "empacotem" a oferta junto com validação clínica e plano de localização.
  • Localização farmacêutica: direcionem produtos e tecnologias para o limiar alvo de produção local até 2030 e possível participação em projetos de vacinas.
  • Parceria agrícola: foco em "chave na mão" — equipamentos + serviço + treinamento de operadores e agrônomos; demonstrações em feiras setoriais funcionam como conversores de vendas.
  • Compliance e dados: elaborem antecipadamente os regimes jurídicos para troca de dados médicos e operação de drones/sensores na agricultura.
  • Cibersegurança: incluam segurança da informação nas especificações técnicas de suprimentos e acordos de serviço (SOC, monitoramento, threat intelligence, proteção de canais de intercâmbio de dados e dispositivos de perímetro).
  • Equipe e relações: utilizem eventos esportivos e sociais como plataformas para networking e lançamento de programas educacionais que suportem negócios e serviços pós-venda.