Como o BRICS+ constrói "soft power" cultural e educacional e quais oportunidades isso abre para os negócios?

Novembro 2, 2025

O catalisador é uma guinada sincronizada para programas criativos, educacionais e ambientais conjuntos. Em São Petersburgo, uma conferência internacional sobre economia criativa reuniu 1,5 mil participantes de 32 países, incluindo nações do BRICS, SCO e MENA. O foco foram os impactos das indústrias criativas na economia e as novas cadeias de cooperação, conforme relatado por Alexander Beglov em "Peterburgskiy Dnevnik". Paralelamente, o Brasil lançou sua estratégia nacional "Oceano sem Plástico" até 2030, com programas educacionais e sistema de monitoramento, de acordo com BELTA.

Qual sinal as novas iniciativas do BRICS+ enviam sobre a prioridade da interação cultural, educacional e ambiental?

O sinal é a transição de ações fragmentadas para programas sistêmicos com alcance internacional e arquitetura institucional clara. A conferência de São Petersburgo está ligada à iniciativa "Temporadas Criativas Russas" da Agência de Iniciativas Estratégicas (ASI), voltada para projetos conjuntos com países do BRICS, SCO e MENA, conforme explicado por Peterburgskiy Dnevnik e anunciado por Tsargrad.

O campo de foresight também inclui o II Simpósio Internacional "Criando o Futuro", onde participantes de 85 países discutiram as perspectivas da sociedade e da IA, criaram um banco de ideias para cenários futuros e anunciaram a criação do Instituto de Arquitetura Social. Foi lançado um concurso internacional de ensaios com discussão final em 2026, conforme informado por Lenta.ru.

O vetor é claro: as trilhas juvenil, cultural e tecnológica se unem em um ecossistema de cooperação.

Como destacou Svetlana Chupsheva, CEO da ASI, a ideia das temporadas criativas é de projetos conjuntos e mutuamente benéficos, baseados na preservação dos códigos culturais dos países do BRICS, SCO e MENA, o que ela comunicou a Tsargrad. > "Estamos prontos para, juntamente com os países que integram as principais associações internacionais – SCO, BRICS, SCO e MENA – criar projetos conjuntos mutuamente benéficos... Essa cooperação permitirá a preservação e transmissão dos códigos culturais de cada país."

Como essas iniciativas se convertem em cadeias econômicas e programas de pessoal?

Através de medidas de apoio municipal ao negócio criativo, coprodução de conteúdo e alianças interuniversitárias. São Petersburgo já elevou a participação das indústrias criativas para 4,5% da economia (150 mil empregos, mais de 30 mil empresas) e está escalando ferramentas: empréstimos sem garantia de até 5 milhões de rublos através do Fundo de Microfinanciamento, créditos subsidiados de até 20 milhões a 5%, exportação de marcas criativas através do "Petersburg Design" (mais de 400 marcas), conforme dados de Peterburgskiy Dnevnik.

A componente de pessoal e científica está sendo trabalhada pelo VII Fórum de Reitores Rússia-Cuba (MGU, 9–10 de outubro): mobilidade acadêmica, programas conjuntos e centros de pesquisa, fortalecimento de associações interuniversitárias e expansão da cooperação em formatos multilaterais, incluindo o BRICS, conforme relatado por Scientific Russia.

Como resultado, os eventos culturais obtêm uma economia "de longo prazo" – desde a coprodução e exportação criativa até a formação de pessoal para mercados conjuntos.

Onde já estão sendo lançados novos projetos para jovens e "diplomacia popular"?

Em escolas, fóruns estudantis e centros educacionais bilaterais. Em São Petersburgo, foram inaugurados os primeiros Clubes de Embaixadores Culturais do BRICS da Rússia (escola nº 653 Prof. Rabindranath Tagore e ginásio nº 192), focados no estudo de idiomas, artes e tradições dos países da associação e no desenvolvimento da diplomacia popular, conforme relatado por "Rossiyskoe obrazovanie". No Tartaristão, a "Liga Forum" está preparando uma candidatura para se tornar o primeiro fórum estudantil internacional do BRICS; discute-se a inclusão de financiamento federal, de acordo com "Kazanskiye Vedomosti".

Pontes culturais bilaterais também estão sendo fortalecidas através dos centros "Grandes Mestres do BRICS": já existem oito na Rússia e na Índia, e em outubro está prevista a abertura de mais dois centros no Rio de Janeiro e em São Paulo, conforme noticiado pela Prefeitura do Distrito Administrativo Setentrional de Moscou.

Este contorno juvenil e cultural é complementado pela educação ambiental.

No Brasil, a estratégia "Oceano sem Plástico" (2025–2030) prevê programas educacionais, proibição de microplásticos em cosméticos, redução gradual de plásticos descartáveis e criação de um sistema nacional de monitoramento, de acordo com BELTA.

Que oportunidades táticas se abrem para empresas e universidades do BRICS+ nos próximos 6–12 meses?

As principais oportunidades são a coprodução nas indústrias criativas, parcerias educacionais e projetos ambientais com forte componente educacional.

  • Ingressar na coprodução de conteúdo e promoção de marcas no âmbito das "temporadas criativas" internacionais, sincronizando catálogos, PI e cadeias de distribuição com parceiros do BRICS, SCO e MENA.
  • Para universidades: lançamento de trilhas de mestrado bilaterais, escolas de verão e intercâmbios com Cuba e outros parceiros do BRICS com base em fóruns de reitores e associações interuniversitárias.
  • Para EdTech, editoras e instituições culturais: projetos piloto de programas para redes escolares através dos Clubes de Embaixadores Culturais do BRICS e palestras temáticas.
  • Para departamentos de ESG e negócios "verdes": participação nos componentes educacionais e de monitoramento da estratégia antipoluição plástica do Brasil (pequena contribuição para a agenda comum de clima/oceanos/educação).
  • Para PMEs criativas: uso de instrumentos financeiros municipais (microcréditos, créditos subsidiados) para o lançamento de produtos e eventos conjuntos para nichos da rede de 32 países da conferência criativa.
  • Para comunidades jovens e corporações: integração em formatos estudantis (por exemplo, "Liga Forum") como canal de seleção de talentos e teste de projetos aplicados.
  • Para especialistas e inovadores: participação no concurso internacional de ensaios do ecossistema "Diálogo Aberto" com subsequente discussão das melhores ideias no fórum de 2026.

Resultado: O BRICS+ está acelerando a construção de uma infraestrutura de "soft power", onde cultura, educação e ecologia se conectam com a economia aplicada. Para empresas e universidades, esta é uma chance de ocupar posições nas cadeias internacionais emergentes – antes que as regras do jogo sejam consolidadas.