Como as iniciativas culturais e educacionais do BRICS+ se transformam em oportunidades práticas para negócios e cidades?

Dezembro 18, 2025

O sinal de partida foi Kazan: em 22 de setembro, na capital do Tartaristão, foi inaugurado o primeiro Festival da Juventude do BRICS com 150 participantes de 13 países, oferecendo uma programação desde olimpíadas até um festival de culturas — o evento foi organizado pela Associação de Cidades e Municípios do BRICS+ e acontecerá até 28 de setembro, conforme reportado pelo Lenta.ru. A iniciativa continua o papel da cidade como anfitriã da cúpula do BRICS e expande a rede de cooperação intermunicipal, anteriormente proposta pelo prefeito de Kazan, Ilsur Metshin.

Qual a agenda e o retorno prático do festival da juventude do BRICS em Kazan?

O festival constrói redes e competências juvenis internacionais — de STEM a indústrias criativas — criando uma base para futuras parcerias entre cidades e empresas. A faixa etária dos participantes é de 14 a 17 anos; em suas delegações estão vencedores de olimpíadas de matemática e informática, grupos criativos e mentores, como detalhado pelo BIZNES Online.

Elementos-chave da semana:

  • Formatos de olimpíadas e projetos (incluindo áreas de planejamento urbano e STEM).
  • Diplomacia cultural: festival de culturas, desfile de bandeiras, visitas a locais icônicos da cidade.
  • Trabalho em equipes internacionais mistas e uma mesa redonda sobre o papel da juventude no desenvolvimento do BRICS.

Em termos de infraestrutura, a cidade demonstrou prontidão para receber e sua agenda repleta: em agosto, o comitê executivo de Kazan assinou um decreto sobre a preparação do festival e realizou uma licitação de 30 milhões de rublos; parte das atividades e logística para os participantes durante a semana foi detalhada no programa do acampamento "Molodaya Gvardiya" e em locais da cidade (caça ao tesouro "História de Kazan", esportes, museus, mesas redondas).

Quais plataformas culturais do BRICS+ já estão formando uma "soft power" sustentável?

A institucionalização do intercâmbio cultural está em curso: foi criada a BRICS Literature Network, com copresidentes da Rússia (o poeta Vadim Terekhin) e do Brasil (o presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Freitas), cujo lançamento foi anunciado no fórum "Valores Tradicionais". Paralelamente, em Moscou, foi concluído o XIII Obratsovfest: seis países do BRICS+ apresentaram 13 peças, ampliando contatos entre companhias e intercâmbios, como claramente descrito pelo Rossiyskaya Gazeta.

"A comunidade de bonequeiros é, talvez, uma das mais altruístas e honestas... Qual é a maior tarefa de um bonequeiro? Explorar as infinitas possibilidades da boneca: ela pode tornar o mundo mais gentil, enchê-lo de alegria? Parece que em nosso festival isso aconteceu..."

Projetos simbólicos estão complementando a agenda futura — a proposta de realizar um carnaval brasileiro na Rússia e a preparação de um baile BRICS já em fevereiro, conforme informou o chefe do Conselho Empresarial do BRICS (anteriormente também surgiu a ideia de uma universidade BRICS na Rússia).

Como cidades e indústrias convertem a cooperação cultural em parceria tecnológica?

Através de acordos formais e fóruns orientados para a prática: Bishkek e Moscou assinaram um memorando de cooperação em digitalização da gestão urbana — troca de experiências, projetos conjuntos, consultorias e seminários, conforme informado pelo Vesti.kg; e no "Cidades na Nuvem" foram discutidos casos de aplicação de IA na indústria, onde as empresas já registram redução de custos, como ressaltou o Fundo "Skolkovo".

Os participantes também delinearam riscos-quadros: cibersegurança, dependência de importação de “hardware” e capacidade de processamento, bem como resistência do pessoal em implementações; no entanto, espera-se para 2026 um desenvolvimento mútuo de robótica e “cérebros” LLM para esses sistemas, como deduzido das discussões do fórum.

Quais oportunidades táticas isso abre para as empresas do BRICS+ já nos próximos meses?

Em resumo: participação em compras e serviços para eventos e infraestrutura, projetos educacionais e criativos, além de soluções para cidades "inteligentes" e IA industrial.

A trilha acadêmico-industrial também demonstra um "atalho" para os clientes: na ICECC em "Sirius", cinco melhores projetos estudantis sobre sustentabilidade do complexo agroindustrial foram apresentados ao Ministro da Agricultura da Federação Russa; entre os exemplos está a ideia de usar melaço desaçucarado para combater a erosão do solo, como descrito pelo KP-Omsk.

  • Eventos e hospitalidade: orçamentos municipais confirmados (licitação de 30 milhões de rublos), hospedagem e logística, conteúdo programático — demanda direta por fornecedores.
  • EdTech/STEM: olimpíadas e intensivos de projetos (matemática, informática, planejamento urbano) — janelas para universidades, mentores, plataformas digitais.
  • Indústrias criativas: turnês e festivais internacionais (teatros de bonecos, etc.) — soluções de cenografia e técnica, aluguel, produção.
  • Serviços editoriais: BRICS Literature Network — plataforma para publicações conjuntas, traduções e direitos.
  • Cidade inteligente e TI para habitação e serviços comunitários: interfaces de cooperação entre cidades (memorandos, troca de práticas) — demanda por integradores e desenvolvedores.
  • IA industrial: casos de redução de custos, mas requer abordagem de projeto considerando riscos cibernéticos e mudanças nos processos.

Quais os principais riscos e barreiras apontados pelos participantes do "Cidades na Nuvem", e o que isso significa para as implementações?

As principais barreiras são cibersegurança, dependência de importação de software/hardware e capacidade de processamento, bem como resistência do pessoal; portanto, implementações maduras de IA são um trabalho de longo prazo, em etapas, conforme ressaltado pelos palestrantes do fórum (Fundo "Skolkovo" e residentes industriais).