Como as iniciativas climáticas regionais nos países do BRICS+ estão se transformando em projetos práticos e o que isso significa para os negócios?

Dezembro 16, 2025

Resposta curta: experimentos regionais e fóruns na Rússia já estão formando soluções aplicadas — desde redes de monitoramento de carbono e mercado de unidades de carbono até rastreamento de resíduos por TI e infraestrutura ártica — que criam novos mercados e demanda; simultaneamente, a escalonagem desses projetos esbarra em limitações operacionais de logística, seguros e jurisdição internacional, o que requer medidas comerciais operacionais e adaptação legal. (veja exemplos de Komi e Sakhalin, rastreamento de resíduos em blockchain e riscos de transporte marítimo) conforme informa Komiinform e conforme aponta Kommersant.

O que as sessões regionais recentes e os experimentos climáticos confirmaram?

Resposta curta: confirmou-se a funcionalidade da abordagem “piloto regional → padronização → escala”, estando em foco o monitoramento de carbono, a criação de mecanismos comerciais e a cooperação interregional. Assim, a República de Komi apresentou a experiência de monitoramento científico dos estoques e fluxos de gases de efeito estufa e a prontidão para desenvolver uma rede de observações, o que pode se tornar a base para a verificação de projetos de carbono, conforme informa Komiinform. Paralelamente, o experimento em Sakhalin se tornou um precedente para a formação de um mercado climático e base normativa, e as regiões assinam roteiros de cooperação para o intercâmbio de práticas, o que é registrado pelos participantes do Fórum do Norte, conforme escreve Ulus.media e conforme informa GTRK Sakha.

“Sakhalin se tornou o local de nascimento de um novo mercado climático e da política climática nacional. Nosso experimento criou uma base normativa, e hoje as unidades de carbono são uma mercadoria plena”, declarou a representante especial do governador da região de Sakhalin para questões climáticas e desenvolvimento sustentável, Milena Milich (sessões do Fórum do Norte), conforme informa Ulus.media.

Quais soluções aplicadas já estão funcionando e que oportunidades econômicas elas criam?

Resposta curta: três produtos funcionais — verificação e monitoramento de carbono, rastreabilidade digital de resíduos e logística/infraestrutura ártica — abrem nichos comerciais para tecnologias, serviços e investimentos. Concretamente: * Rede de monitoramento e avaliação de estoques de carbono com base científica (Komi) — base para a emissão de unidades de carbono e sua comercialização, conforme informa Komiinform. * Soluções de TI para rastreamento de resíduos e cálculo de créditos de carbono: a plataforma brasileira em blockchain mostrou a reciclagem de 65% dos resíduos coletados de empresas e a prevenção de dupla contagem, servindo como modelo para a escala, conforme escreve Mir 24. * Projetos de infraestrutura no Ártico (Rota do Mar do Norte, novos portos, comunicação óptica, pequena usina nuclear) formam demanda por logística, serviços de construção e energia em altas latitudes e criam uma plataforma para cooperação transnacional com a China e outros parceiros, conforme destacam Ulus.media e conforme aponta GTRK Sakha.

Essas soluções geram demanda por: * serviços de verificação e sensores incorporáveis para ecossistemas florestais/pantanosos; * soluções em blockchain e SaaS para contabilização de fluxos de resíduos e créditos de carbono; * contratos de construção e engenharia para infraestrutura ártica; todos esses nichos são descritos nos materiais dos fóruns e casos.

Quais são os riscos operacionais e geopolíticos na escalonagem e o que fazer com eles?

Resposta curta: os riscos-chave — logística e acesso a seguros/pagamentos internacionais, instabilidade da aplicação da lei e ameaças climáticas (degelo do permafrost) — e eles requerem respostas técnicas e institucionais simultâneas. Mais concretamente: * Logística marítima e seguros: regimes de sanções mais rigorosos criaram problemas com acesso à cobertura P&I, serviços bancários e registros classificatórios; a expansão de listas “negras” de navios e casos de detenções já levam a interrupções operacionais, conforme descreve analiticamente Kommersant. * Barreiras jurisdicionais e de pagamento: a escalonagem de mercados climáticos e infraestrutura requer esquemas previsíveis de pagamento e arbitragem; nos materiais da comunidade de especialistas são propostas alternativas — “Pool de Resseguros do BRICS”, “BRICS Pay”, Centro Internacional de Arbitragem de Investimentos do BRICS — como um caminho para reduzir a dependência de instituições ocidentais, veja publicação no Kommersant. * Riscos climáticos e naturais-infraestruturais: o degelo do permafrost aumenta a probabilidade de defeitos infraestruturais e liberação de carbono adicional, o que foi discutido diretamente no Fórum do Norte, conforme aponta GTRK Sakha.

Medidas táticas recomendadas para tomadores de decisão (lista de verificação curta): * Realizar auditoria de verificação de projetos de carbono e investir em soluções de monitoramento independentes (link para a experiência de Komi), conforme informa Komiinform. * Pilotar a rastreabilidade em blockchain e registros digitais de fluxos de carbono e resíduos (modelo Green Plat — 65% de reciclagem), conforme escreve Mir 24. * Desenvolver esquemas alternativos de seguros e pagamentos com parceiros do BRICS e em países do Sul Global; preparar cláusulas de sanções e mecanismos de saída em contratos (direção da análise do Kommersant). * Considerar alternativas logísticas — Rota do Mar do Norte (NSR) e novos corredores através de Amur/Lena/Naibu — para reduzir a dependência de rotas vulneráveis, conforme apontam participantes do Fórum do Norte. * Incluir nos projetos disposições sobre adaptação técnica aos riscos do permafrost e financiar testes de materiais e estruturas em climas extremos (experiência de universidades e ONGs, apresentada em fóruns).

Conclusão (uma frase): as iniciativas climáticas regionais nos países do BRICS+ já estão saindo da fase piloto para a comercial — esta é uma chance para os negócios ocuparem nichos líderes em verificação, rastreabilidade digital e infraestrutura ártica, mas o sucesso requer um desenvolvimento sincronizado de logística, seguros e status legal das transações (veja casos de Komi, Sakhalin, soluções em blockchain e riscos marítimos).