O catalisador foi a concentração da diplomacia russa em formatos multilaterais em Nova York: Sergey Lavrov discursará na Assembleia Geral da ONU em 27 de setembro e realizará uma série de reuniões nas linhas do BRICS, G20, OTSC e "Grupo de Amigos em Defesa da Carta da ONU", além de se engajar na agenda do Oriente Médio. Esses planos formam o contexto para uma possível reunião com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e a cúpula ministerial do G20 em 25 de setembro, em meio à qual a crise do Oriente Médio e a onda de reconhecimentos da Palestina ganham o centro do palco global, como detalha a RTVI em uma análise da semana de alto nível e como confirmado em entrevista pelo diretor do Departamento de Organizações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Kirill Loginov.
A Rússia está sincronizando as trilhas do BRICS, G20, OTSC e "Grupo de Amigos em Defesa da Carta da ONU", conectando-as a dossiês chave da ONU — Palestina, construção da paz, agenda de desenvolvimento e clima. Esse foco foi confirmado em entrevista por Kirill Loginov: o evento central é o discurso de Sergey Lavrov em 27 de setembro.
Além do discurso, a delegação russa está inscrita para a 2ª rodada da Conferência Internacional de Apoio à Solução de Dois Estados, a sessão da Comissão de Construção da Paz da ONU e reuniões sob a égide da Iniciativa Global para o Desenvolvimento e para o Clima, como informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Para o BRICS+, isso significa fortalecimento da coordenação em plataformas onde os padrões são formados, e não apenas declarações.
O principal efeito é a abertura de um canal de diálogo direto para discutir a agenda "ampla", incluindo questões multidirecionais que Moscou e Washington consideram significativas. O status das negociações e a escala dos temas foram declarados pelo vice-chanceler russo, Sergey Vershinin.
O contexto é importante: Rubio chegou a Nova York e agendou reuniões "com colegas-chave" sobre segurança, resolução de conflitos e cooperação; essa lista inclui o contato com Lavrov, como esclarece a RTVI.
Porque parte dos países ocidentais já anunciou o reconhecimento da Palestina, França e Arábia Saudita convocam uma conferência de alto nível, e o presidente Macron promove a ideia de uma ampla coalizão de reconhecimento — isso aumenta a pressão sobre os EUA e Israel. Essa configuração é descrita pela RTVI com referência à Politico e aos anúncios oficiais da ONU.
O debate geral começa com o discurso do Brasil (Lula da Silva) e depois do presidente dos EUA, Donald Trump; cerca de 150 líderes estarão em Nova York, o que aumenta o valor de quaisquer sinais — do caso do Oriente Médio à Ucrânia, como constata a RTVI.
É exatamente por isso que o dossiê palestino se torna um teste para a arquitetura multipolar e a capacidade das coalizões de se formarem em torno de um acordo específico.
O Sul Global articula apoio à multilateralidade e vê no BRICS, EAEU e SCO plataformas de apoio à voz coletiva. Essa visão foi diretamente expressa pelo representante especial do presidente da Nicarágua, Laureano Ortega Murillo, que declarou que o presidente russo "está fazendo um grande trabalho no caminho da multilateralidade, respeito aos povos e igualdade".
Devemos reconhecer o grande trabalho que o presidente Putin está fazendo no caminho da multilateralidade, respeito aos povos, no caminho da igualdade.
A isso se soma a diplomacia cultural como "soft power": o final do concurso internacional "Intervisão" em Moscou com saudação do presidente da Rússia e a presença do Ministro das Relações Exteriores da Rússia destacaram a demanda por cooperação intercultural, como informou em reportagem a publicação OK!. Um efeito análogo é criado por festivais urbanos — da cultura abkhaz à festival de escolas de teatro dos países do BRICS, sobre o qual conta a IA "Business Code".