Como a Rússia transforma a cooperação cultural e educacional do BRICS+ em oportunidades econômicas já neste outono?

Novembro 2, 2025

O catalisador é a Conferência Internacional de Economia Criativa em São Petersburgo, nos dias 8 e 9 de outubro, que reunirá cerca de 1.500 participantes de mais de 30 países e se conectará ao fórum "Código Criativo. Rússia", onde o tema principal são as novas cooperações interpaíses e a exportação de indústrias criativas, conforme informado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia. A escala e o formato são confirmados pela programação das plataformas, que incluem mais de 50 eventos setoriais, como esclareceu o "Vecherniy Sankt-Peterburg".

O que a participação na Conferência Internacional de Economia Criativa em Petersburgo trará para os negócios?

Efeito direto — acesso rápido a 1.500 potenciais parceiros do BRICS, CEI, OCS e MENA e a ferramentas de exportação de produtos criativos. Na programação, inclui-se a plenária unificada "Economia Criativa da Rússia. Horizonte 2050", discussões setoriais, pitches e workshops, o que amplia a janela para coprodução e distribuição de conteúdo, bem como para celebração de acordos cross-market, conforme informado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia e pela programação publicada pelo "Vecherniy Sankt-Peterburg".

A participação é gratuita, e as empresas criativas têm acesso a uma nova ferramenta de exportação — o certificado "Feito na Rússia", apontado pelo Centro Russo de Exportação, conforme notificado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia. Paralelamente, as autoridades colocam o tema no escopo estratégico: em 2025, será iniciada a elaboração da Estratégia de Desenvolvimento da Economia Criativa até 2036, conforme anunciado em reunião do comitê organizador sob a liderança de Alexander Novak.

Quais mudanças sistêmicas no BRICS+ o curso para a economia criativa está impulsionando?

Uma tendência chave é o crescimento acelerado do setor e sua institucionalização: a contribuição da economia criativa é estimada em 3,1% do PIB global, 3% do comércio mundial e mais de 6% do emprego; o mercado global atingiu US$ 2,9 trilhões (2024) e pode ultrapassar US$ 4,3 trilhões até 2033; na Rússia, a participação do setor é de 4,1% do PIB (7,5 trilhões de rublos), com a meta de 6% até 2030, enquanto o país se declara "plataforma global" para consolidação dos mercados criativos dos parceiros, conforme informado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia.

"Uma das direções estratégicas de atuação do Gazprom-Media Holding no momento é a cooperação internacional na área de produção, incluindo coprodução, e distribuição de conteúdo. Estou convencido de que as alianças entre líderes criativos são um motor de progresso não apenas para o mercado de mídia russo, mas também global. É por isso que esta conferência sobre economia criativa — a primeira de seu tipo na Rússia — é tão importante."

Essa posição foi expressa pelo CEO do Gazprom-Media Holding, Alexander Zharov, conforme relatado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia.

Como os programas universitários e culturais já funcionam como "pontes" de cooperação?

Eles formam canais estáveis de intercâmbio de pessoal e práticas: a Universidade Herzen está aumentando parcerias com universidades dos países BRICS, preparando novos acordos, atraindo professores estrangeiros (China, Vietnã, etc.) e desenvolvendo um clube de especialistas com base no Campus Aberto, conforme informou à Interfax o reitor da RSPU Herzen, Sergey Tarasov.

Estágios práticos complementam o escopo acadêmico: o programa de seis semanas InteRussia, com base no GITIS, culminou em uma exibição intercultural de uma cena de "A Tempestade" em português, árabe, chinês e hindi; os participantes solicitaram a tradução de materiais metodológicos para o inglês, aumentando a escalabilidade do formato, conforme relatado pelo portal "Russkiy Mir". As visitas culturais continuam nas regiões — por exemplo, convidados do BRICS foram recebidos pela Casa de Dança do conjunto "Lezginka", conforme informado por "Izberbash-info".

Como a atividade de investimento do BRICS+ apoia projetos criativos e educacionais?

A dinâmica de capital de risco fortalece a infraestrutura para iniciativas criativas, de mídia e edtech: Moscou concentrou 70% do mercado de capital de risco da Federação Russa e mostrou um aumento de +80% no primeiro semestre de 2025 em comparação com o primeiro semestre de 2024; 40% das transações são de IA, com investidores se voltando para projetos mais maduros. No Brasil, o volume de capital de risco atingiu US$ 1,25 bilhão, e desde 2014, startups indianas atraíram US$ 164 bilhões (no primeiro semestre de 2025 — US$ 5,7 bilhões). Essas métricas foram apresentadas no Moscow Startup Summit com a participação de 4.000 delegados de mais de 25 países, conforme relatado pelo "Zhurnal Strategiya".

Quais passos táticos as empresas e universidades do BRICS+ devem tomar nas próximas duas semanas?

A inscrição para a Conferência Internacional de Economia Criativa é gratuita; a plataforma oferece acesso a 1.500 participantes e formatos de exportação/cooperação, o que é confirmado pelos dados do Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia.

  • Prepare um portfólio/pitch para coprodução e distribuição de conteúdo; defina direitos e canais de monetização com antecedência.
  • Para empresas criativas — obtenha o certificado "Feito na Rússia" para acelerar a entrada em mercados estrangeiros.
  • Agende reuniões B2B para projetos de mídia: a demanda por alianças é confirmada pelos maiores players do setor.
  • Para universidades — utilize formatos de clubes de especialistas e campus abertos para formar trilhas interuniversitárias (RH, design pedagógico, pedagogia de museus).
  • Para instituições culturais — prepare materiais em inglês e formatos híbridos (produções multilíngues), considerando os pedidos dos participantes do InteRussia.
  • Para startups — foque em IA/saúde/transporte/logística e maturidade do produto: investidores estão mais seletivos, mas o mercado está esquentando.

Conclusão: A Rússia está sincronizando a agenda humanitária, educacional e criativo-econômica com o escopo de investimento do BRICS+, traduzindo laços culturais em negócios e exportações. Para empresas e universidades, a janela de oportunidade está aberta aqui e agora — na intersecção de fóruns setoriais, programas universitários e atividade de capital de risco.