O catalisador é um telefonema direto: o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu a Donald Trump que revogue as tarifas americanas de 50% sobre produtos brasileiros; a conversa durou cerca de meia hora, as partes concordaram em um encontro pessoal em breve, o tom foi amigável, como informa a Lenta.ru. Para empresas do BRICS+, este é um sinal para acelerar a diversificação de mercados, logística e padrões em meio à volatilidade da política tarifária americana.
O Brasil aposta em negociações e busca a revogação das tarifas sem tarifas espelhadas, minimizando a escalada e dando ao empresariado uma janela para adaptação. Lula confirmou a recusa de tarifas de retaliação e a disposição de dialogar em nível governamental, embora anteriormente tenha chamado as negociações comerciais diretas com Trump após a imposição de tarifas de 50% de "humilhantes", como informa a Lenta.ru e como ele mesmo declarou em agosto.
A coordenação de regras e políticas antitruste se torna uma prioridade. A Rússia aprovou um novo plano nacional de desenvolvimento da concorrência até 2030 — com foco na repressão de cartéis, regulamentação de plataformas digitais e digitalização de procedimentos de apelação; no foco — a cooperação com órgãos antitruste dos países BRICS e OCS, como enfatiza a Rossiyskaya Gazeta e como adicionalmente esclareceu o vice-primeiro-ministro Alexander Novak.
Em nível operacional, o crescimento das exportações não primárias das PMEs russas e a geografia das entregas aumentam. Por meio de centros regionais de exportação, mais de 3 mil contratos foram fechados em 2024, totalizando mais de 139 bilhões de rublos, abrangendo 127 países; em 2025, o número de exportadores de PMEs ultrapassou 60 mil, e sua participação nas exportações não primárias e não energéticas é de 23%. Um programa de marca nacional "Feito na Rússia" foi introduzido até 2030, de acordo com dados da TASS.
O Irã aumenta as exportações industriais para a Rússia e consolida regras através do acordo de livre comércio com a União Econômica Eurasiática (EAEU) (redução de tarifas em cerca de 87% dos itens) e uma parceria estratégica abrangente com a Federação Russa. As exportações iranianas para a Rússia cresceram de cerca de US$ 0,5 bilhão em 2020-2022 para cerca de US$ 1,1 bilhão em março de 2025 e esperam-se em cerca de US$ 1,4 bilhão para março de 2026; a estrutura das remessas já consiste em 37% de produtos industriais, conforme informado pelo Iran.ru.
Os principais nichos estão onde as regras e os canais já estão ordenados e a demanda está crescendo rapidamente.
Os principais riscos incluem a volatilidade da política tarifária dos EUA, o agravamento da regulamentação de plataformas digitais, barreiras de propriedade intelectual e de pagamento em novas rotas, bem como a sobrecarga de alguns elos logísticos.
O primeiro é a incerteza tarifária dos EUA: mesmo em meio a uma retórica "amigável", o Brasil busca a revogação das tarifas de 50% e evita a escalada, mas o risco de novas restrições permanece; o segundo é a onda regulatória nos ecossistemas digitais (regulamentação antitruste de plataformas, combate a cartéis), para a qual produtos e processos devem ser preparados, como informa a Lenta.ru e como o curso para a regulamentação de plataformas é confirmado no plano nacional russo.
"O documento inclui medidas concretas em educação, saúde, transporte, comércio, complexo agroindustrial e outros setores, principalmente no combate a conluios de cartéis, o que garante o controle sobre a formação de preços nas áreas-chave para fornecedores e compradores".
— assim disse Mikhail Mishustin, dando o tom às mudanças regulatórias.
O terceiro são as barreiras operacionais de saída: a "imaturidade da marca" e os problemas de registro de marcas (incluindo na China) limitam o acesso a redes e marketplaces; para Irã—EAEU, permanecem restrições às operações financeiras e diferenças de padrões — eles precisam ser "embutidos" no projeto do acordo desde o início, de acordo com dados da TASS e como o lado iraniano aponta esses obstáculos em materiais sobre o Acordo de Cooperação.
Logística é um item de controle separado.
O crescimento acentuado dos fluxos de carga na direção africana significa uma necessidade de gestão flexível das capacidades portuárias, de armazéns e da última milha, como observa a DP.RU.
O que o gestor deve fazer agora:
Em suma: o BRICS+ está acelerando a criação de um "arcabouço institucional" — de regras antitruste a livre comércio e corredores logísticos. Isso reduz a dependência da volatilidade externa e abre nichos práticos e rapidamente monetizáveis para exportadores e investidores.