A semana definiu um novo ritmo de expansão para o BRICS+: Moscou apoiou publicamente a solicitação do Zimbábue para adesão, e plataformas em Dushanbe discutiram a ligação do BRICS com estruturas de integração pós-soviética. Reforçados por iniciativas setoriais em fintech e TIC, esses sinais se transformam em infraestrutura prática para empresas da região.
O principal gatilho foi o apoio político à África para ingressar no BRICS: a Rússia saudou a integração do Zimbábue e propôs várias trajetórias de participação — desde o status de observador e convidado na próxima cúpide na Índia até a adesão ao Novo Banco de Desenvolvimento, conforme declarou o embaixador russo no Zimbábue, Nikolai Krasilnikov.
Paralelamente, em Dushanbe, na via "Ásia Central – Rússia" e no Conselho de Chefes da CEI, especialistas indicaram um curso para a articulação institucional dos blocos. A perspectiva de uma "CEI+" com a participação da OCS e do BRICS foi delineada pelo economista Alexey Zubets, apontando para a interpenetração mútua da CEI, UEE, OCS e BRICS.
O resultado: a expansão geográfica do BRICS+ é reforçada pela ideia de integração interbloque — da África à Ásia Central.
Através de vitrines de exportação e missões comerciais. Mais de 30 empresas russas de TI, sob a marca "Made in Russia", apresentaram cibersegurança, AR/VR e IoT industrial na GITEX, em Dubai, com foco em parceiros do MENA, OCS e BRICS, conforme informou o Centro Russo de Exportação.
Através da diplomacia urbana. Ecaterimburgo propôs um programa abrangente "Ecaterimburgo – Cidade Capital" (2026–2030) à câmara municipal, com prioridade em contatos com países da CEI, BRICS e OCS, aumento de acordos e visitas, além de impulsionar o fluxo turístico, conforme sugere o projeto.
Para o negócio, isso significa que os pontos de entrada no BRICS+ surgem não apenas através de governos nacionais, mas também por meio de feiras setoriais, programas urbanos e instituições especializadas de apoio à exportação.
O principal tendência é a infraestrutura financeira. Fóruns regionais trazem para a prática a criação de alternativas nacionais a plataformas de pagamento internacionais e a transição para uma economia sem dinheiro, o que está diretamente previsto na agenda do FINNEXT Asia 2025, em Tashkent, conforme declarado pelos organizadores.
A lista de palestrantes — desde presidentes de bancos e associações de fintech até o chefe do grupo de trabalho BRICS Payments & Fintech — indica a intenção de conectar regulamentações, padrões e casos de uso de IA, soluções de pagamento e ciberproteção em um ecossistema unificado.
A curto prazo, há assimetria setorial: recursos dependem de ciclos eleitorais, e serviços digitais aceleram devido à demanda em MENA e Ásia Central. Para as empresas, é um jogo em duas frentes: diversificar projetos de matérias-primas e escalar agressivamente o setor de TIC e fintech.
O projeto se mostrou politizado, por isso preferiram adiar sua análise até a próxima administração. Com ela, há uma grande probabilidade de que os contratos de lítio sejam revistos.
— assim relatou o "Atomnaya energiya 2.0" as palavras do vice-ministro da energia da Bolívia, Freddy Gustavo Velázquez Robles, sobre a aprovação da fábrica de lítio russo-boliviana.
Conclusão para os decisores: o BRICS+ está se transformando de uma marca política em uma rede de "infraestrutura branda" — pagamentos, vitrines de exportação, programas urbanos e fóruns setoriais. A curto prazo, ganham aqueles que combinam pragmatismo (reestruturação de riscos de recursos) com uma expansão digital ofensiva em MENA, Ásia Central e África.