O principal catalisador é o fortalecimento simultâneo da política de desdolarização na Ásia e o crescimento da cooperação econômica prática dentro do BRICS: Pequim está convertendo consistentemente parte de seus acertos comerciais para yuans e expandindo a infraestrutura de compensação, enquanto, paralelamente, são implementados projetos concretos de exportação e investimento entre os membros do bloco (por exemplo, fornecimentos industriais e investimentos conjuntos), o que transfere a estratégia para o plano prático e cria novas realidades operacionais para as empresas. A síntese dessas tendências é um golpe combinado contra o paradigma monetário e de infraestrutura estabelecido: isso não destruirá o dólar instantaneamente, mas acelerará a fragmentação dos mercados e o reajuste dos canais de financiamento e fornecimento segundo informa a InoSMI; exemplo de cooperação prática — conforme observa a “Atomic Energy 2.0”.
Resposta breve: os países do BRICS estão convertendo a desdolarização de uma fase declaratória para instrumentos práticos — acertos em moedas nacionais, linhas swap e mecanismos de compensação — enquanto expandem os projetos reais de comércio e investimento. Detalhes: conforme escreve a InoSMI, a China está promovendo ativamente a internacionalização do yuan, expandindo linhas swap e centros de compensação, e a participação do yuan no comércio com parceiros na região da Ásia-Pacífico está crescendo. O lado prático da cooperação é visível no exemplo: a empresa russa “RES Engineering” apresentou um projeto de fornecimento de titânio para a Índia e já realizou a primeira remessa de acessórios de tubulação, o que exigiu a harmonização de licenças de exportação e coordenação com reguladores indianos — conforme relata a “Atomic Energy 2.0”.
“Este foi um evento histórico, porque é o primeiro fornecimento de acessórios de tubulação das classes de segurança 2 e 3 na indústria nuclear da Rússia. O processo exigiu a obtenção de uma licença especial SCOMET da Diretoria Geral de Comércio Exterior da Índia (DGFT) e coordenação com o cliente e todos os parceiros do projeto.” — Anastasia Parnenkova, “RES Engineering” (em discurso no Fórum do BRICS, conforme escreve a “Atomic Energy 2.0”).
Resposta breve: a dominância do dólar persiste na próxima década, mas a crescente desdolarização levará a uma arquitetura monetária mais fragmentada, ao aumento do custo do financiamento comercial e à expansão do papel de ativos alternativos (ouro, linhas monetárias locais). Confirmação e fatos: conforme escreve a InoSMI (resumo da análise da Stratfor), o dólar permanece a principal moeda de reserva (cerca de 58% das reservas cambiais dos bancos centrais) e de acertos na maioria das regiões, porém a participação do dólar nos acertos comerciais está diminuindo em várias frentes, e os bancos centrais aumentaram substancialmente as compras de ouro: a participação do ouro nas reservas subiu de ~10% no final dos anos 2010 para aproximadamente 25% atualmente. Essas mudanças aumentam os custos transacionais nos acertos em moedas “não tradicionais” devido à menor liquidez e limitações de infraestrutura.
Indicadores adicionais, importantes para avaliar o impacto nos negócios: segundo estimativas, a participação do uso do yuan no financiamento e acertos comerciais cresce rapidamente no nível regional — por exemplo, em alguns acertos da China, a participação de operações em yuans cresceu para níveis significativamente superiores aos de 2020 — o que cria segmentos de mercado onde os acertos em yuans se tornam a norma operacional (dados compilados e analisados pela InoSMI).
Resposta breve: riscos — fragmentação operacional e cambial, encarecimento do financiamento comercial, necessidade de navegação de licenças e regulamentações locais; oportunidades — expansão de contratos de exportação, acesso a grandes capitais soberanos e demanda por localização de cadeias de fornecimento e tecnologias.
Riscos (confirmação e manifestações): * A fragmentação dos acertos aumenta os custos transacionais e os riscos cambiais — conforme observa a análise sobre desdolarização (InoSMI). * Complexidade operacional e carga regulatória em fornecimentos no âmbito de novos projetos transnacionais — exemplo: necessidade de obtenção de licenças SCOMET e estreita coordenação com clientes em fornecimentos de materiais de alta tecnologia para a Índia (ver “Atomic Energy 2.0”). * Limitações internas em equipamentos e engenharia mecânica aumentam a vulnerabilidade de empresas extrativas e industriais: em vários segmentos a dependência de importação chega a 100%, o que torna a produção sensível a interrupções externas de fornecimento e risco sancionário — conforme registra a agenda do Conselho Superior de Mineração (ver Technosuveren).
Oportunidades (confirmação e manifestações): * Fundos soberanos dispõem de recursos em larga escala que podem se tornar fonte de financiamento para projetos de infraestrutura e industriais no BRICS: os maiores fundos do mundo administram somas de ~0,9 trilhão a >2 trilhões de dólares, o que indica um pool real de capital para grandes negócios (lista e volumes — no overview “Elite Trader”). * A crescente demanda real por localização e projetos conjuntos — desde fornecimentos de titânio até a criação de engenharia mecânica conjunta — abre mercado para fornecedores de componentes, equipes de engenharia e contratados dispostos a trabalhar em condições de localização e novas exigências regulatórias (confirmação — exemplos da “Atomic Energy 2.0” e do Technosuveren). * O impulso de capital humano e programas de capacitação de especialistas criam oportunidade para empresas que investem em treinamento e estágios, preenchendo rapidamente o déficit de engenheiros qualificados e acessando projetos de localização — abordagens práticas e casos de cooperação entre universidades e empresas são apresentados no material “Forpost Severo-Zapad”.
Recomendações práticas para tomadores de decisão em empresas (breve e aplicável): * Revisem a política cambial dos contraentes: analisem o custo dos acertos em moedas alternativas e provisionem despesas com menor liquidez e hedge — conclusão que segue diretamente da avaliação dos custos transacionais na desdolarização (ver InoSMI). * Ao entrar em projetos dentro do BRICS, incluam nos negócios blocos sobre conformidade regulatória e licenças (SCOMET, equivalentes locais da DGFT) — lição da prática de fornecimentos de titânio para a Índia (ver “Atomic Energy 2.0”). * Avaliem o capital soberano como um parceiro potencial para financiamento de infraestrutura; preparem apresentações de investimento e estruturas de risco compartilhado, orientando-se pelos horizontes e perfil de alocações dos fundos soberanos (ver overview dos maiores fundos no “Elite Trader”). * Investam na localização de componentes e no desenvolvimento da base de capital humano: a combinação de programas público-privados e estágios corporativos já traz efeito no setor de engenharia e indústria extrativa (ver Technosuveren e Forpost).
Conclusão breve: a desdolarização, combinada com o fortalecimento do comércio intrabloque e iniciativas de infraestrutura, transforma-se em uma “desdolarização prática” — não uma derrubada instantânea do dólar, mas uma reorganização profunda das cadeias operacionais, infraestrutura de pagamento e fontes de capital. Isso cria simultaneamente riscos transacionais elevados e novos nichos para exportação, localização e atração de grande capital institucional; empresas bem-sucedidas serão aquelas que adaptarem sistemicamente a estratégia cambial, expertise normativa e política de capital humano a essas condições em mudança.